quinta-feira, julho 10, 2008

Gsatonomia Alentejana em Colóquio


quarta-feira, fevereiro 27, 2008

V Colóquio - Os Caminhos da Animação

Nos dias 4 e 5 de Março de 2008, a Cidade de Beja acolherá uma vez mais, a realização do Colóquio "Caminhos da Animação", um espaço e tempo formativos organizado pelo alunos finalistas do Curso de Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Beja, que a exemplo de edições anteriores, pretende ser um espaço de reflexão e de intercâmbio de experiências sobre diferentes âmbitos de intervenção da Animação Sociocultural.

Este colóquio que decorrerá no Auditório dos Serviços Comuns do Instituto Politécnico de Beja reveste-se de especial interesse por chamar a si a comemoração dos 10 anos de abertura do curso da Escola Superior de Educação de Beja, e está integrado num projecto mais alargado denominado II Jornadas de Animação que decorrerão de Março a Junho de 2008.

Aqui fica o Programa do evento.

Programa

Dia 4 Março 2008
09:00h – Abertura do Secretariado
09.30h – Sessão de Abertura
Instituto Politécnico de Beja; Escola Superior de Educação de Beja e demais entidades oficiais;
10.00h – Momento de Animação
10.15h – Comunicação “Desafios da Animação no séc. XXI”
Dr. António Leal – Escola Superior de Educação de Coimbra
10.45h – Momento de Animação/ Pausa para café
11.00h – Painel I – “Animação e Autarquias”
Partilha de projectos de Animação dinamizados por Autarquias Portuguesas
Câmara Municipal de Óbidos
Chefe dos Serviços de Turismo – Dr. Francisco Salvador
Câmara Municipal de Sintra
Rede de Ludotecas de Sintra – Dra. Sofia Félix
Câmara Municipal de Castro Verde
Vereador do Pelouro da Cultura, Lazer e Desporto – Dr. Paulo Nascimento
Câmara Municipal de Mértola
Coordenador da Divisão de Cultura, Turismo e Desporto – Dr. Manuel Marques
12.30h – Almoço Livre
14.15h – Painel II - “Universos e Novos Caminhos da Animação”
Das áreas tradicionais às mais recentes, são vários os caminhos que a Animação deverá percorrer
Região de Turismo dos Açores
Delegada de Turismo da Ilha Terceira – Dra. Verónica Bettencourt
Gestalqueva S.A.
Conselho de Administração – Dr. Nelson Domingos Brito
Projecto EQUAL – Logística da Prevenção e Combate a Incêndios Florestais: A Mobilização de Recursos
Chefe de Projecto – Dr.ª Graça Martins
Culturgest
Directora do Serviço Educativo – Dr.ª Raquel Santos
15.45h – Momento de Animação / Pausa para café
16.00h – Tertúlia – Da Ideia ao Projecto
Da idealização à concretização da ideia, existe um caminho que importa explorar e partilhar
D. Maria Odete Claro
Grupo de Teatro Amador da Percelada
Dra. Marta Guerreiro
Técnica Superior de Animação
16.30h - Painel III – Animação sem Fronteiras
Outras realidades uma mesma finalidade.
Germain COLY - Senegal
"L'Animation culturelle d'hier à aujourd'hui:animation et politique culturelle nationale au senegal"
Benoît Atchom - Camarões
Tourisme et animation culturelle: le paradoxe camerounais ;
Maria de la Cruz RIOS YANES - México
"Las asociaciones civiles y la participación cultural en México".
Manisha Narayan - India
animation culturelle: outil de sensibilisation du patrimoine
Charlotte Marland - França
l'expérience associative en France : le cas de l'union REMPART
17.50h – Momento de Animação / Pausa para café
18.00h – Mesa Redonda –“Animação e Desenvolvimento Local”
Associação de Municípios do Alentejo e Alentejo litoral, Câmaras Municipais, Associação de Beneficiários do Roxo e outras entidades.
Moderação e transmissão em directo – Rádio Pax - Beja
Animação Nocturna – “Distúrbios Culturais”, A.E. ESEB
(ver programação em http://www.aeeseb.com/ )

Dia 5 Março
09.00h – Abertura do Secretariado
09.15h – Painel IV – “Desenvolvimento local, Empreendedorismo e Animação”
Num contexto desafiante à animação, é necessária uma visão estratégica e inovadora
ESDIME
Presidente da Direcção – Dr. David Marques
IPJ/ Delegação de Faro
Técnico Superior de Animação – Dr. José Vieira
10.45h – Momento de Animação/Pausa para café
11.00h – Painel V “Formação e Educação de Públicos”
Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja,
Oficinas de Formação e Animação Cultural de Aljustrel;
3 em Pipa – Associação de Animação
“Vemos Ouvimos e Lemos “ – Livraria e galeria de pintura
Baal 17 – Serpa
Mestre António Inverno
12.30h – Almoço
14.30h – Painel VI – “O Associativismo, o Voluntariado, a Acção Social e a Animação”
O que marca a diferença na intervenção é o contexto em que esta é realizada
Fundação CEBI
Presidente da Direcção – Dr. Honório Vieira
Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto
Presidente da Direcção – Dr. Augusto Flôr
Associação Rota Jovem (voluntariado Europeu)
Associação de Desenvolvimento Local Monte, ACE – Arraiolos
Técnico Superior de Animação – Dr. José Neves
Cláudia Galaio – Técnica Superior De Animação
16.15h – Momento de Animação / Pausa para café
16.30h – Painel VII – Profissão: Animador
Técnico Superior de Animação – Dr. Idálio Loução
Escola Profissional Alsud – Mértola
Dra. Isabel Campos / Dra. Ana Matias
ANASC
Presidente da Direcção - Dr. Calado Mendes
APDASC
Delegação Regional do Alentejo
17.30h – Sessão de Encerramento e Conclusões do Colóquio
Primeiro Director do Curso de Animação Sociocultural, ESEB
Prof. Doutor José Orta
Presidente do Conselho Directivo da ESEB
Prof. Doutor Vito Carioca –
18.00h – Espectáculo Evocativo
“10 Anos do Curso de Animação na Cidade de Beja”
Animação Nocturna – “Distúrbios Culturais”, A.E. ESEB
(ver programação em http://www.aeeseb.com/)

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

A importância da leitura


Para além da importância da brincadeira e do jogo, é fundamental durante a escolarização, que as crianças e jovens sejam consciencializados para o facto de que o conhecimento não se esgota nos conteúdos dos programas escolares. É importante que os indivíduos, que cumpram apenas a escolaridade obrigatória ou que prossigam os estudos, compreendam que, para além da vida escolar, terão de continuar o processo de aprendizagem. É neste processo que a leitura adquire um papel importante. Segundo Ribeiro (2005), através da leitura obtém-se informações indispensáveis, quer no cumprimento das funções profissionais e sociais, como também nas tarefas do dia-a-dia. A leitura leva o indivíduo a confrontar ideias que enriquecem o seu património cultural, ajudando a reflectir e a consolidar opiniões. O acto de ler também pode ser visto como um espaço lúdico e de evasão, abrindo as portas para o Homem dar asas à imaginação e criatividade.
De acordo com Ribeiro (2005), a aprendizagem da leitura é um dos maiores desafios que a criança tem que enfrentar na fase inicial da sua escolarização. Ganhar esse desafio, num mundo que actualmente é maioritariamente repleto de informação escrita, fará com que a criança, na sua fase mais adulta, seja um cidadão livre e autónomo nas decisões que toma e na procura das informações que precisa.
É importante incentivar as crianças e jovens para o hábito de leitura, tornando-a numa ferramenta ao serviço das mais diversas actividades. Para isso, é indispensável que o acto de ler figure entre as actividades mais corriqueiras do quotidiano da criança e daqueles que a rodeiam.
Como se poderá incentivar as crianças e jovens para o hábito da leitura? E qual o papel da Animação Sociocultural neste processo? Cembranos (1993) citado por Balsa (2006) afirma que “un paso más, es el que pretende la animación sociocultural: no solo uma cultura conciente, sino uma cultura inteligente…com capacidad para criticar y desembarazarse de aquellos aspectos de la “cultura” (…) que frenan sus posibilidades y favorecen la resignación, la anomia y el aburrimiento social.”. A animação sociocultural, para além de dinamizar, deve despertar e agitar o indivíduo e a sociedade para uma cultura inteligente e, sobretudo, de qualidade. De acordo com Quintas (1995), a animação sociocultural tem como uma das finalidades mais importantes a transformação da realidade social que implica luta, mudança, ruptura, desenvolvimento pessoal e grupal, consciencialização, tomada de decisão e melhoramento do nível de vida dos cidadãos.
Cada vez mais se verifica que a animação é utilizada como estratégia para tornar o indivíduo num leitor. Soares (2003), citado por Balsa (2006), diz que “é muito provável que não haja o gene da leitura, mas tem de haver a educação para a leitura (...)”. Tem que existir uma educação do indivíduo para o hábito de leitura e para isso é preciso que ele sinta prazer no livro. A animação da leitura faz parte da educação não formal, porque se dirige a todas as idades, não tendo como pretensão a obtenção de um reconhecimento oficial, quer seja diploma, grau académico, etc., para além de tentar promover uma politica cultural de promoção à cultura, mais concretamente da leitura, partindo do prazer através do lúdico. A animação da leitura servirá de trampolim para o grupo, isto é, um acto colectivo, social com um carácter festivo e lúdico. O animador deste projecto deve ser um entusiasta na leitura e deverá fazer um trabalho de animação sistemático, recorrendo a diversas estratégias, desde a leitura da história em voz alta, passando por actividades que abordam a área plástica, dramática, musical, escrita, corporal, etc. Com a animação da leitura, as crianças e jovens têm a oportunidade de brincar, jogar ou descobrir o livro e, a partir desse contacto, adquirir hábitos de leitura.



Bibliografia:

Balsa, M. (2006). Animação do Livro e da Leitura


Quintas, S. e Sánchez, M. (1995). Para Comprender la Animacion Sociocultural


Ribeiro, M. (2005) “Ler bem para aprender melhor” – Um Estudo Exploratório de Intervenção no âmbito da Descodificação Motora

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Tempo Livre e Lazer

As práticas sociais individuais ou colectivas e as actividades que resultam da interacção social produzem o chamado “tempo social total”. Segundo Silva (2003), neste tempo social acontecem e se desenvolvem definidamente novos e distintos espaços temporais, provenientes do quotidiano de cada pessoa e do próprio meio onde se insere. Estes espaços temporais são completamente opostos e denominam-se de tempo de trabalho e tempo de não trabalho ou tempo livre absoluto pós laboral.
Este tempo livre que serve para fazer outras coisas ou para não fazer rigorosamente nada já provinha da Antiguidade. É conhecida a ociosidade que reinava na Antiga Grécia, dedicada à prática da filosofia, das artes e dos desportos. Nas sociedades pré-industriais já apareciam, ocasionalmente, algumas castas ociosas, paralelamente com as grandes massas humanas que trabalhavam e que apenas desfrutavam do tempo livre quando não existia condições de trabalho. O séc. XIX foi o berço das primeiras sociedades industriais e com elas apareceu uma enorme e esmagadora pressão de trabalho sobre o Homem, não lhe deixando sequer tempo para recobrar as suas forças. No século passado, assistiu-se a lutas intensas pela redução do horário de trabalho e pelo aumento de períodos de não trabalho, quer de descanso diário, quer semanal, como também a consagração do direito a férias. Tais conquistas proporcionaram ao indivíduo um aumento do seu tempo livre, onde ele pode desempenhar diversas actividades que digam respeito a ele próprio, ao grupo ou sociedade onde ele pertence e se insere como membro activo.
No entanto, é necessário distinguir tempo livre e lazer. De acordo com Silva (2003), citando Dumazedier (1962), o tempo livre “não é (…) uma categoria homogénea, pois engloba usos distintos desse tempo, nomeadamente: tempos afectos aos núcleos das obrigações familiares, religiosas, de participação social (…) e, por fim, o tempo de lazer.”. Já Faria e Faria (2007), citando Dumazedier (2001), diz que o lazer “é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.” O lazer é, sobretudo, um tempo pessoal onde o indivíduo arranja momentos para si, regidos pelo prazer e realização espontânea, tendo também funções sociais, económicas, de socialização, terapêutica e simbólica. Com o aumento de tempo livre e consequente redução do tempo de trabalho, ampliaram as ofertas de lazer, desde as diversas formas de turismo (religioso, desportivo, cultural…), passando pelas ofertas culturais e outros tipos de passatempo, como a televisão que cada vez mais aliena as massas humanas.
No entanto, na sociedade contemporânea a ideia de que só o trabalho dignifica o Homem e que a preguiça é a mãe de todos os vícios ainda predomina, e isso reflecte-se na maneira como os pais encaram o tempo livre e de lazer dos filhos, não percebendo que estes precisam de liberdade e tempo para se desenvolverem integralmente. No que concerne ao tempo livre da criança, não é respeitada a vontade da própria em relação à escolha de actividades, o que frustra qualquer possibilidade da criança usufruir do lazer. Silva (2003), citando Belloni (1994), acrescenta que “a escolha reside muitas vezes mais na família, ou seja, nos pais, do que na criança, revestindo-se, indubitavelmente, para esta, de um carácter obrigatório.”. A criança tem direito ao lazer e precisa de compreender que o tempo para brincar e jogar é fundamental na sua educação. Para Aleixo (2002), a criança deve ter a oportunidade de proceder à exploração de si, dos outros e dos contextos onde se insere, no sentido de abandonar o seu egocentrismo natural e de conviver com quem a rodeia.
De acordo com Olivier (1973) “a criança é como uma planta. Uma planta sem sol não dá flores; uma criança que não brinca estiola.” A criança necessita de brincar porque este acto permite que ela aproprie-se da realidade imediata e, segundo Castro (2005), desenvolva a imaginação, os afectos, as competências cognitivas e interactivas, permitindo-lhe a vivência de diferentes papéis. Através da brincadeira, a criança constrói o seu próprio mundo, demonstrando activamente o que sofre passivamente. A criança que brinca tem mais auto estima e interage com maior frequência com os seus pares, propiciando situações de aprendizagem que desafiam as suas capacidades cognitivas. Ela necessita de tempo para brincar e para que isso aconteça é preciso dar-lhe tempo, espaço e recursos adequados para que possa escolher e desenvolver interesses individuais e de grupo. Quanto mais ela brincar, maior será riqueza dos seus comportamentos. Contudo, se entrar cada vez mais cedo numa rotina repleta de rigidez, a criança deixará de ser flexível e terá menos tempo para desenvolver uma inteligência criativa.
Bibliografia:
  • Silva, A. (2003). Contextos e Pretextos para Novos Espaços Educativos.
  • Faria, E. e Faria, E. (2007). Lazer e Educação da Criança e Adolescente: Reflexões sobre Políticas Públicas.
  • Olivier, C. (1973). A Criança e os Tempos Livres.
  • Castro, S. (2005). O Resgate da Ludicidade. A Importância das Brincadeiras, do Brinquedo e do Jogo no Desenvolvimento Biopsicosocial das Crianças.
  • Aleixo, M. (2002). Ludoteca: Um Espaço para Crescer Brincando.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Unidade didáctica 4: Recursos e Técnicas Lúdicas






O jogo

O que é o jogo?

O jogo é algo mais que uma actividade lúdica, onde a criança tem um papel fundamental. Em tempos, o facto de jogar era visto como “passar o tempo”, mas actualmente e devido à contribuição da medicina, psicologia e pedagogia e visto como algo que proporciona o crescimento e o desenvolvimento das pessoas.
Assim, hoje o jogo é uma actividade lúdica que tem um lugar inquestionável no mundo da educação.
O desejo de jogar estimula as crianças a descobrir, manipular, observar e interpretar o mundo que os rodeia. Através do jogo aprendem a relacionar-se, a exercitar as suas capacidades, a conhecer o seu corpo, desenvolvem a sua personalidade e a encontrar um lugar na comunidade.
Para Piaget, o jogo auxilia na construção do conhecimento, ou seja, é um facto inato e responde á necessidade da actividade, que por sua vez proporciona a aprendizagem.
Em suma, o jogo é uma actividade planeada, pedagógica que adquire uma dimensão central no tempo de ócio e de tempo livre. É da responsabilidade dos Animadores ajudar no desenvolvimento e autonomia das crianças.


Aproximações ao conceito de jogo

O jogo não é algo exclusivo para as crianças, os adultos também jogam e nem sequer é exclusivo do homem, pois os animais também jogam. No jogo usam-se elementos, os brinquedos, que complementam e enriquecem as actividades.
Tendo em conta o jogo e actividade, é difícil estabelecer-lhes uma definição aceite e que integre diversas perspectivas, mas pode-se dizer que o jogo é uma actividade lúdica, voluntária, educativa do desenvolvimento.

Características do jogo

-é uma actividade que proporciona prazer e satisfação;
-é uma actividade gratuita que se faz por gosto sem esperar resultados;
-é livre, voluntário e desejado;
-ajuda a desenvolver, as faculdades psíquicas, físicas e serve para conhecer as próprias e limitações;
-possibilidade as relações de hierarquização entre crianças e adultos;
-permite á criança adaptar-se á realidade que a rodeia (conhece, assimila e interioriza o mundo através do jogo);é um meio de aprendizagem;
-é um meio terapêutico de libertação de tensões psíquicas e retorna ao equilíbrio.

Desejo de jogar

Possibilita situações para o desenvolvimento das pessoas que influencia o crescimento, pois considera-se fundamentalmente para as crianças, assim como a segurança, saúde e educação.

O acto de jogar é excelente para a diversão e aprendizagem em todas as idades e representa uma actividade importante que favorece a relação e a comunicação entre adultos, crianças e adolescentes.


O jogo segundo a etapa evolutiva (a idade)

-0 - 2 anos (aspectos sensório-motores, onde a criança explora o seu corpo);
-2 – 6 anos (interioriza o que a rodeia através do jogo simbólica);
-6 – 9 anos (jogam com regras estabelecidas pelo grupo, comunicam e adaptam-se ás aprendizagens adultas);
-9 – 14 anos (prevalece o jogo organizado, implica relações sociais).
O Animador Sociocultural tem como função reivindicar a função do jogo para o adulto e estimulá-lo.

Classificação dos tipos de jogo

Segundo a idade (depende das características evolutivas do grupo e do indivíduo);

Segundo o formato
( grande jogos que requerem preparação, longa duração; pequenos jogos de curta duração e não necessitam de preparação nem de material);

Segundo o espaço ( interior em espaços abertos e delimitados e remetem para dias de inverno; exterior m espaços públicos e praças);

Segundo a origem (tradicionais que perduram ao longo do tempo numa cultura, são transmitidos oralmente de geração em geração, sendo da responsabilidade do animador recuperar a tradição oral e reavivar estes jogos; multiculturais que engloba os jogos tradicionais e populares de outras culturas diferentes á nossa);
segundo finalidades e características (apresentação, conhecimento, cooperação, noite, pré-desportivos, de água, educativos, electrónicos, de mesa e de ficção).

Segundo aspectos de Desenvolvimento

Jogos psicomotores (conhecer o corpo, actividades motoras);
Jogos sociais (actividades lúdicas, como jogos de mesa);
Jogos afectivos e emocionais (relacionam o jogo com o desenvolvimento afectivo, suportam os jogos de imitação).

O jogo segundo o Animador pode ser:

-livre (espontâneo e sem finalidades, destina-se ao prazer de jogar, o animador controla mas não participa directamente);
-presenciado (o animador observa e intervém, escolhe o espaço e reúne materiais necessários, sugere possibilidades de reacção e estimula as crianças mais tímidas e menos participativas);
-dirigido (é um jogo voluntário onde o animador motiva a participação, a sua finalidade é educativa, visa melhorar as aptidões da pessoa e não afecta a integridade física, psíquica e afectiva da criança).

Telma Pereira

O jogo competitivo e o jogo cooperativo


O Jogo Competitivo e o Jogo Cooperativo

O jogo competitivo e o jogo cooperativo diferenciam-se pela relação social que se estabelece entre os participantes.


O Jogo Competitivo
A essência de competir não é externa ao jogo, pelo que a competição é um estímulo e motivação inerentes a muitos jogos.

O Animador assume uma realidade educativa face ao jogo, fazendo entender o que perder ou ganhar não interessa, há que saber desfrutar do jogo, sem que exista batotice.

Se se optar por jogar jogos competitivos à que propor diferentes tipos de jogos que requerem habilidades distintas para as superar, como jogos intelectuais, jogos que requerem reflexos rápidos, jogos de estratégia, entre outros.

Um dos problemas deste tipo de jogos é que quando se colocam os indivíduos em situação de rivalidade, se eles sentirem que a sua aceitação depende de vencer ou perder, provocam altos níveis de angústia e agressividade.

Como educadores, no jogo competitivo se deveria evitar:
-a competição sistemática como única motivação
-propor repetidamente o mesmo tipo de jogos
-a discriminação do sexo, do físico…
-a valorização excessiva dos vencedores e dos perdedores
-premiar os vencedores
-a eliminação

Existem alguns recursos que podem substituir os prémios para os vencedores:
-pode-se dar como prémio uma recordação de participação a todos os participantes pelo modo como jogaram, pelo seu interesse e colaboração (como diplomas, medalhas, t-shirts …);
-prémios-recordação para todos as equipas ou jogadores salientando as qualidades da equipa ou da pessoa: pelo seu esforço, simpatia, colaboração…
-os vencedores receberem um prémio que tenham de partilhar com todos os participantes (como guloseimas, bolos…).

Por outro lado, também existem alguns recursos que se podem usar para evitar a eliminação no jogo competitivo. Especialmente tem-se que evitar a eliminação naqueles jogos em que tradicionalmente o que falha é o menos hábil, e o que pode sair (ou ser expulso), esta situação pode provocar passividade, aborrecimento, inibi
ção, sentimento de fracasso, baixa auto-estima, exclusão do grupo…

Para evitar situações deste tipo, pode-se:
-dar vidas suficientes para que durante o jogo, nenhum participante as perca todas;
-incluir no desenvolvimento do jogo alguma actividade paralela que tenham de levar a cabo os participantes eliminados durante o tempo em que estão fora do jogo;
-criar grupos paralelos de modo a que quando um falha se troca com um componente do outro grupo;
-poder salvar de algum modo os eliminados.



O Jogo Cooperativo

Denomina-se assim o jogo em que todo o grupo colabora combinando as diferentes habilidades dos indivíduos para conseguir um objectivo comum, todos ganham ou todos perdem se não se consegue alcançar o objectivo proposto.

Os jogos genuinamente cooperativos são muitos raros no mundo ocidental, onde a sociedade é muito competitiva e individualista, sendo o jogo o
reflexo da própria cultura.

Como educadores, deve-se potenciar este tipo de jogo, já que:
-se joga por prazer de jogar e não só para se conseguir a vitória;
-se elimina a pressão de vencer, de modo a que se jogue mais relaxadamente;
-se favorece a participação de todos, tanto dos melhores como dos mais fracos, fazendo com que desaparece o medo do fracasso e o medo de criar baixa autoestima;
-os participante se verão como companheiros de jogo, com relações de igualdade e não como rivais;
-os participantes tentarão se superar a si mesmo e não superar os outros;
-o jogo se viverá como uma actividade conjunta e não individualizada, potenciando a solidariedade;

-todos terão o seu papel e a sua tarefa, assim todos serão protagonistas.

Os jogos transmitem e potenciam um código de valores através do qual se estrutura um determinado tipo de pessoa, as relações entre os jogadores e uma forma de entender a diversão. Por outro lado, é importante difundir jogos que vão de encontro aos valores de igualdade, de participação, de empatia e de cooperação.

X. Jares, relaciona os valores e destrezas educativos que se estimulam ao jogar os jogos cooperativos:
-a cooperação (onde o grupo resolve situações através da reciprocidade, aprendendo a partilhar e socializar);

-a empatia (é a capacidade se colocar na situação do outro, para compreender o seu ponto de vista, as suas preocupações…);
-a comunicação ( baseada no desenvolvimento da própria capacidade para expressar o estado de animo, as sensações, as emoções…);
-a participação de todos os membros ( gerar um clima de confiança e de mutua implicação necessários para uma autentica comunicação humana);
-a construção de uma realidade social positiva ( mudar atitudes dos participantes para o jogo e para si e incentivando a criação de um clima de apreciação
recíproca);

-a apreciação positiva e auto-imagem (permitindo desenvolver uma imagem positiva de si e dos outros);
- a alegria ( que se manifesta ao desaparecer a rejeição e o fracasso).



O Jogo como elemento Educativo e de Integração

O jogo como ferramenta educativa

Diz-se que o jogo é um meio de aprendizagem. De facto, desde à antiguidade e de modo inconsciente, que o jogo tem servido para preparar os mais pequenos para actividades futuras. A partir de então, o jogo afigura-se como um método de aprendizagem, sendo uma óptima ferramenta de educação não-formal.

Algumas das aprendizagens que se incorporam no jogo, são as seguintes:

Âmbito psicomotor – englobando todas as actividades que fazem referencia à aquisição da habilidades motoras, tais como:
- desinibição corporal, resistência, equilíbrio, agilidade, flexibilidade, expressão corporal…

Âmbito cognitivo – refere-se a todas aquelas aprendizagens que se referem aos conceitos e conhecimentos, como:
-cálculo de estratégias, criatividade, expressão,observação, centrar a atenção, aprendizagem de técnicas, concentração, compreensão de situações…

Âmbito socioafectivo – inclui aquelas aprendiz
agens que fazem referencia à relação, atitudes e comportamentos sociais entre o individuo e os outros, entre os quais:
-afirmação da personalidade, confiança nas decisões, comunicação com o grupo, cooperação, autoestima, empatia, motivação, participação, coesão, integração com o grupo.



O Jogo como ferramenta de avaliação

O jogo permite a observação do desenvolvimento da criança, o que pode levar a alguns tipos de comportamento, dos quais se podem observar:
-desenvolvimento motor: reflexos, equilíbrio, resistência, agilidade, rapidez, etc.
-atitudes pessoais: tranquilidade, nervosismo, segurança, alegria, agressividade.
-atitudes sociais: aceitação de normas, colaboração.
-desenvolvimento afectivo: de que madeira interioriza e exterioriza a criança nas relações com os outros.


Jogo e deficiência


As crianças que sofrem de deficiência têm a oportunidade, como todos os outros, de descobrir no jogo novas formas de divertimento, desenvolvendo a sua sociabilidade e a sua capacidade de relação.

O jogo participado por crianças com e sem deficiências proporcionam uma situação espontânea de relação entre uns e outros, oferece a possibilidade de viver a diversidade, de compreende-la e de respeita-la.

O animador tem que mostrar uma atitude positiva perante uma criança com deficiência e planear as actividades tendo em conta as necessidades, capacidades e possibilidades deles, há que estimular a sua criatividade, curiosidade e acção favorecendo a sua participação, evitando atitudes de super protecção que não favorecem o desenvolvimento da sua autonomia pessoal.


A realização dos Jogos

A planificação dos Jogos

Quando o jogo esta programado com qualquer intenção, deve estar cuidadosamente planificado, à que levar a cabo as seguintes acções:

Escolher cuidadosamente o jogo segundo a sua finalidade e os objectivos que se pretendem, a idade dos participantes, os recursos espaciais, materiais e temporais que estão disponíveis, o contexto sociocultural onde se desenvolve, o momento em que se deve levar a cabo e a experiência dos participantes.

Organização dos recursos sejam espaciais, temporais ou humanos.

A atmosfera e/ou motivação, é necessário criar um clima adequado e um atmosfera especial com elemento motivadores que incitem ao jogo, para que os participantes se animem a participar e se sintam implicados.

Apresentação adequada, o animador deve explicar o que consiste o jogo e as suas regas de forma clara, ordenada e compreensiva, assegurando-se que todos o ouvem e entendem.

Comprovação da assimilação da dinâmica do jogo, deve-se exemplificar como funciona o jogo.

Execução, o animador nunca é o protagonista, tem de conduzir o jogo de modo adequado, estar atento a possíveis conflitos, estando atento ao ritmo e à duração do jogo.

Final do jogo, tem que tornar claro quando e como termina o jogo, pois é necessário que o jogo termine antes dos participantes se cansarem.

A avaliação, o animador durante o jogo deve observar o seu desenvolvimento. A fim de o final do jogo se falar sobre o mesmo, se os objectivos foram cumpridos como se esperava, e os participantes podem falar sobre a sua vivência pessoal.

A organização dos Jogos

Uma boa planificação dos jogos requer uma boa organização, quer em termos de selecção como de programação, para isso é necessário a ficha do jogo e o ficheiro do jogo.

A ficha do Jogo

É um instrumento que permite sintetizar toda a informação de modo estruturado e sistematizado sobre um jogo. Cada ficha pode conter os seguintes aspectos:

-Titulo ( o nome pelo qual conhecemos o jogo)
-Número de participantes ( nº ideal para o jogo funcionar bem)
-A idade (indicar a faixa etária que é mais adequado para o jogo)
-Tipo de jogo (finalidades e caracteristicas)
-Espaço necessário (especificar o local onde se pode jogar)
-Duração (curta, média, longa)
-Material necessário (detalhar todos os objectos necessários para o jogo)
-Objectivos (especificar os principais objectivos educativos do jogo, tanto do âmbito psicomotor, como socioeducativo como cognitivo)
-Desenvolvimento do jogo (explicação de como se joga, se há grupos, como se inicia o jogo, em que consiste, as suas regras, qual a missão, como termina…)
-Papel do animador ( podem-se dar recomendações sobre a função do animador, se pode participar no jogo, se tem de fazer de arbitro, se deve controlar, animar, explicar…)
-Animação (anotar os aspectos que formam parte da motivação, da fantasia, do contexto, ou seja, todas aquelas expectativas que fazem o jogo se viver mais intensamente e o participante com a situação ou as personagens.
-Observações (colocar os pequenos conselhos adquiridos com a experiência que podem ajudar a que o jogo se desenvolva muito melhor. Também se podem colocar as variantes do jogo, as adaptações ou as possibilidades de adaptações a participantes deficientes.


O ficheiro dos Jogos

Todo o conjunto de fichas se agrupa e organiza num ficheiro de jogos. Existem inúmeros livros com estas características, mas ter um ficheiro próprio tem mais vantagens. Permitindo seleccionar ou elaborar as fichas dos jogos que se consideram mais adequados em função do território, da população e do contexto, em função das necessidades reais do lugar onde se realiza a intervenção. Por outro lado, um ficheiro próprio permite um manuseamento: é possível anotar observações, classificar de diferentes formas, trocar fichas…


Ana Sofia Neves

Os brinquedos



Caracterização dos Brinquedos
Os Brinquedos como elemento do Jogo

Materiais lúdicos e Brinquedos

Ás vezes, no jogo utilizam-se alguns elementos que o completam, enriquecem e estimulam. De facto, existe uma relação entre o jogo e o material que se vai usar. Estes elementos podem ser:

-Materiais de natureza tais como a água, a terra, barro, folhas, pedras, ossos, entre outros.

-Objectos e materiais variados não desenhados, especificamente como objectos lúdicos, tais como cortiças, caixas, cordéis, trapos, entre outros.

-Objectos quotidianos que se transformam automaticamente em brinquedos com a ajuda da imaginação e criatividade da criança: um desses exemplos pode ser o facto de uma vassoura se converter num cavalo, entre muitos outros exemplos.

-Criações artesanais ou industriais especialmente desenhados e confeccionados para um fim. Estes elementos são os brinquedos.



Para que servem os brinquedos?

O primeiro objectivo dos brinquedos é conseguir que a criança jogue; é decidir e ser visto por ele como um objecto de jogo. O brinquedo faz com que a criança se entretenha, se divirta, de maneira a que esta não perca a imaginação e não a impeça de se expressar.

Nem todos os brinquedos cumprem os seus objectivos nem, apresentam as mesmas possibilidades lúdicas e educativas. Entre outros aspectos, os adultos julgam que no geral, quanto menos estruturado e complexo é um brinquedo, maiores são as probabilidades de interacção.


A evolução dos brinquedos através do tempo

Os brinquedos estão directamente ligados ao universo infantil, estão presentes desde os tempos remotos através da sua estética e dos valores da sociedade.

Os brinquedos acompanham não só as crianças e adolescentes, como também os adultos, e oferece a cada idade o elemento que mais se ajusta aos interesses e capacidades das pessoas.

-Existe um período em que o brinquedo era fabricado em casa e manualmente, a partir de materiais quotidianos. Este sistema predomina desde a Antiguidade até à Idade Média. Assim, na cultura Persa, encontram-se pequenas figuras de pedra ou de barro; no Egipto, bonecas de trapo e esferas de papiro; na Grécia, jogos de pratos de barro e mármores; em Roma, bonecas de marfim e jogos de mesa. Jogos como damas e xadrez foram introduzidos em Espanha pela civilização árabe e da Idade Média chegaram-nos os cavalos e cavaleiros feitos de argila.

-O segundo período de fabricação artesanal e manufactura, são os brinquedos que são elaborados para vender. Aparecem soldados de ligação do séc. XIII, também surgem bonecas de madeira e posteriormente de porcelana, cavalos e bonecas de cartão, etc. Mais à frente, aparecem brinquedos de lata e em muitos casos com mecanismos incorporados que deram lugar aos autómatos, chamados agora, os brinquedos tecnológicos.

-Com a fabricação industrial dos brinquedos, incorpora-se um terceiro período e o actual. É na metade do séc. XX quando se generaliza o acesso aos brinquedos por parte das crianças nas sociedades industrializadas, comportando uma fabricação industrial de grande escala. Espanha é um dos países pioneiros na indústria de brinquedos com uma larga tradição de indústrias concentradas em Alicante e Valência, a metade das quais são pequenas empresas com menos de dez trabalhadores.


O acesso generalizado aos brinquedos traduz-se no desenvolvimento da fabricação Industrial


Classificação dos brinquedos


Existem várias formas de classificar os brinquedos. Existem classificações concentradas no brinquedo, outras baseadas no tipo de jogo que proporcionam, outras que se apoiam na etapa evolutiva, outras segundo o seu valor educativo, também segundo os aspectos da personalidade que desenvolvem, entre outros. Em seguida classificar-se-ão, algumas delas:

  • Segundo a idade

A maioria dos catálogos de brinquedos baseia a sua classificação na idade de quem o usa. Todos os fabricantes são obrigados a indicar de forma visível em etiquetas, a idade mínima de referência a que o seu produto se destina, com a seguinte frase:

“Brinquedo recomendado a partir de… anos”

  • Segundo o âmbito de desenvolvimento que fomentam

A variável em que se baseia esta classificação é: sensorial, motricidade, cognitiva social ou emocionais:

1. Sensorial ou de desenvolvimento da criatividade
Este tipo de brinquedos facilita o conhecimento e domínio do próprio corpo e ajuda a criança desde a primeira infância a entrar em contacto com o que o rodeia a partir da estimulação dos sentidos, favorecendo o descobrimento e o prazer de novas sensações.

Jogos tais como: moldar plasticina, os jogos de pinturas, criações de moda, bijutaria, maquilhagem ou até mesmo os jogos de disfarce.


2.Motricidade ou de desenvolvimento da mesma

A experiência diz que a prática melhora qualquer habilidade de maneira a que haja uma forma estupenda de dominar o próprio corpo, ganhando destreza, coordenação equilíbrio, exercitada através dos jogos. Este âmbito pode dividir-se em motricidade global (coordenação de movimentos de todo o corpo) e motricidade fina (exercitação precisa das mãos e dedos).

-Motricidade global: bicicletas, triciclos, hula-hoops, patins, cordas, malabares, bolas, entre outros.

-Motricidade fina e habilidade manual: yo-yos, construções, miniaturas, fantoches, entre outros. Assim como os brinquedos de coser, recortar, tecer e tricotar ou vestir os vestidos às bonecas.

3. Cognitivos ou de desenvolvimento da inteligência
Estes brinquedos ajudam no desenvolvimento intelectual, no raciocínio, na lógica, na atenção, no domínio da linguagem, etc.

Brinquedos como de construção, puzzles, associações, jogos de cartas, dominós, montar e desmontar, jogos de perguntas e respostas, jogos de linguagem, etc. estes são alguns exemplos de jogos relacionados com a cognitividade e de desenvolvimento da inteligência.

4. Relação social ou de desenvolvimento da sociabilidade
São brinquedos que favorecem as relações entre as pessoas. A participação de mais do que um jogador, ajuda a criança a relacionar-se com os outros e a comunicar, favorecendo o intercâmbio de ideias, materiais ou experiências.

Também os brinquedos que requerem acordos entre diferentes jogadores ajudam na assimilação de normas sociais, o respeito pelos outros e na aceitação dos acordos; todos os aspectos básicos nas relações interpessoais.

Formam parte desta tipologia todos os brinquedos que colaboram com jogo simbólico: bonecas e bonecos, veículos, garagens, cozinhas, hospitais, escolas, disfarces, etc. também os jogos desportivos, de mesa entre outros.

5. Desenvolvimento afectivo e emocional
O jogo é uma actividade que deve proporcionar prazer, alegria e satisfação, permite à criança que se expresse livremente e a descarregar tensões, garantido um equilíbrio emocional e afectivo são.

Os disfarces e as representações em miniaturas de elementos do mundo real (carros, lojas, cozinhas…), permitem representar e imaginar diversas situações do mundo adulto, experimentando diferentes papéis que ajudam a configurar a própria personalidade.

Outro tipo de jogos como os de peluche, as bonecas ou as figuras de acção, promovem a expressão e manifestação de sentimentos, desejos, medos e emoções.

Por outro lado, as crianças gostam de se por sobre aprovação. Os desafios que lhes propõem jogos como quebra-cabeças, jogos de habilidade ou de mesa, favorecem a experimentação do êxito pessoal e social, que é a base da auto-estima.


O sistema ESAR

Este sistema, proposto pela Psicóloga Denise Garon (Canadá 1985), parte de uma perspectiva evolutiva que se baseia nas etapas de desenvolvimento da criança marcadas por Piaget. Mediante este sistema é possível distinguir os diferentes tipos de expressão lúdica e agrupá-los em grandes famílias seguindo as etapas do jogo.

Assim, o sistema ESAR (Exercise, Symbolical, Assemblage, Rules), classifica os jogos segundo:

-E. Brinquedos que proporcionam exercício (exercise).
-S. Brinquedos que proporcionam o jogo simbólico (symbolical).
-A. Brinquedos de construção (assemblage).
-R. Brinquedos que facilitam o jogo de regras (rules).

Especificando melhor, podem-se agrupar os jogos da seguinte forma no quadro abaixo referido:

E. 1. Jogo de exercício
0.1 Jogo sensorial sonoro
0.2 Jogo sensorial visual
0.3 Jogo sensorial táctil
0.4 Jogo sensorial olfactivo
0.5 Jogo sensorial gustativo
0.6 Jogo sensorial motor
0.7 Jogo de manipulação

S. 2. Jogo simbólico
0.1 Jogo de «para fazer como se»
0.2 Jogo de rolos
0.3 Jogo de representação

A.3. Jogo para montar
0.1 Jogo de construção
0.2 Jogo de disposição
0.3 Jogo de montagem mecânica
0.4 Jogo de montagem electromecânica
0.5 Jogo de montagem electrónica
0.6 Jogo de acopulação cientifica
0.7 Jogo de acopulação artística

R.4. Jogo de regras simples
0.1 Jogo da lotaria
0.2 Jogo do dominó
0.3 Jogo da sequência
0.4 Jogo de circuito
0.5 Jogo da habilidade
0.6 Jogo desportivo elementar
0.7 Jogo de estratégia elementar
0.8 Jogo de azar
0.9 Jogo de perguntas e respostas elementares
10. Jogo de vocabulário
11. Jogo matemático
12. Jogo de teatro

R.5. Jogo de regras complexas
0.1 Jogo de reflexão
0.2 Jogo desportivo complexo
0.3 Jogo de estratégia complexo
0.4 Jogo de azar
0.5 Jogo de perguntas e respostas complexas
0.6 Jogo de vocabulário complexo
0.7 Jogo de analises matemáticas
0.8 Jogo de montar complexo
0.9 Jogo de representação complexo
10. Jogo de cena

Por exemplo os seguintes jogos:
-RISK. Podia categorizar-se como: RC503.
-Categoria principal: Regras complexas: RC5.
-Subcategoria: Jogo de estratégia complexo: 03.

-Jogo de magia: E107.
-Categoria principal: Exercício: E1.
-Subcategoria. Jogo de estratégia complexo: 03

-LEGO: A301.
-Categoria principal: Montar: A3.
-Subcategoria. Jogo de construção: 01

Muitas ludotecas, tal como se vai verificar no capitulo seguinte, escolheram esta classificação e consequentemente a divisão espacial dos brinquedos, e que se adequa perfeitamente às suas necessidades.


O brinquedo como transmissor de valores


Os brinquedos são representações em miniatura do mundo real, que brindam as crianças com a possibilidade de imitar, reproduzir e representar as actividades de desenvolvimento dos adultos, à sua volta. No entanto deve-se ter em conta que as crianças jogam e reproduzem aquilo que vêm, naquilo que lhes é dito que está bem ou não, o que terá que ser, e assim, vão construindo a sua identidade de acordo com a cultura que lhes é transmitida. Normalmente levam a cabo esta construção a partir da imitação dos modelos que têm por perto (a mãe, o pai, as amizades, os professores e também através a televisão).

É do dever dos adultos facilitar às crianças brinquedos que transmitam, através da sua forma e do jogo que compõem, atitudes de respeito para com os outros, evitando todos aqueles que transmitam valores não recomendáveis para a sua formação. As mensagens sexistas e violentas, ou as que são pouco respeitosas, podem ser representadas através de objectos que estão destinados ao jogo, e portanto, à educação das nossas crianças.

O jogo sexista

Podem-se afirmar que não existem brinquedos sexistas, sendo que o adulto é que pode converter o brinquedo em algo sexista, ou seja, as bonecas são para as meninas e os bonecos para os meninos.
Porquê fomentar que as capacidades como a audácia, a valentia e a iniciativa, são estimulados nos jogos dirigidos a rapazes, são também património das meninas, ou permitir que os meninos ensaiem e exercitem atitudes como a sensibilidade, o sentido da estética ou mesmo a ternura através de jogos considerados tradicionalmente de meninas?

Não se trata de impor nada, nem forçar nada a ninguém, nem tão pouco proibir; de facto o problema é considerar espontâneo e inato algo que é aprendido, educado e cultural. As crianças imitam vias de conduta através dos adultos, assumem as suas vivências nas suas próprias casas, nas escolas, nas ruas e reproduzem-nos fielmente. Do mesmo modo, interiorizam a valorização que estes rolos adquirem na sua sociedade.

O importante é oferecer-lhes padrões e modelos novos de relação entre géneros. É igualmente importante que os brinquedos sejam jogados por ambos os géneros, ou seja, os meninos podem brincar com bonecas e as meninas com carros, e deixar a dualidade tradicional «isto é das meninas e isto dos meninos», de parte. Seria convincente fomentar o desejo nos pequenos, de romper barreiras, assim como a curiosidade pelo desconhecido, o novo, experimentar e comprovar vivencialmente o atractivo que podem resultar estas novas actividades.

Os brinquedos e os jogos violentos

Existem argumentos científicos que defendem a ideia de que o jogo e o brinquedo canalizam a violência e a agressividade, proporcionando uma eficaz válvula de escape a essa energia interior, servindo para se libertar da agressividade natural.

É indiscutível que todas as crianças têm uma carga de agressividade que é necessária exteriorizar e canalizar. Existem muitas maneiras de faze-lo sem que isso implique participar num jogo violento. Com recurso a este tipo de jogo, corre-se o risco de que esta seja a única estratégia que a criança tem para resolver conflitos em situações reais. Não há dúvida que as brincadeiras violentas servem de meio para uma conduta violenta.

Por outro lado, é conveniente reflectir sobre os brinquedos que suscitam estes jogos. Assim, é certo, que quando uma criança não tem armas para jogar, inventa-as convertendo por exemplo, o cabo de uma vassoura numa espada, ou até mesmo o próprio dedo numa pistola. Também é de referir que é preferível a criança criar as suas armas com objectos quotidianos, que brincar com armas que mesmo sendo de brincar, são influenciáveis na sua conduta. Também temos que tomar consciência que muitas das imagens violentas a que as crianças assistem também se devem ao faço dos jogos de consola, por exemplo, que os próprios pais compram, e que por vezes nem sabem o que nele contem.

Apesar destes argumentos, é importante evitar por parte dos adultos uma rejeição radical pelo brinquedo, e tentar evitar as proibições severas, que podem alimentar caprichos e curiosidades maliciosas.

Existem peritos que recomendam oferecer às crianças o jogos que tenham modelos pacíficos de brincadeira saudável, para que as mesmas o depreendam dessa forma.

Os jogos sexistas não existem: é a forma como se usam e o papel que o adulto lhes atribui convertendo-os em sexistas.


O consumo sustentável

Nem sempre os melhores brinquedos são adquiridos em lojas.

A grande quantidade de brinquedos elaborados pela nossa sociedade de consumo supõe um impacto medioambiental importante, e uma grande parte desses materiais é feito de plástico. É necessário transmitir aos pais das crianças hábitos de consumo sustentável em pró de uma consciência de respeito em torno dele mesmo, segundo a regra dos três R:

-Reciclar os brinquedos para que possam ser feitos novos através de material já usado;

-Reutilizar os brinquedos dando a familiares e amigos para que sejam reutilizados;

-Reduzir o consumo de brinquedos desnecessários;

O consumo solidário

As condições de trabalho que existe nalguns dos países onde se fabricam muitos brinquedos, levam a alguns consumidores responsáveis a preocuparem-se pela forma como estes são fabricados, mantendo assim uma atitude solidária. Vejamos diferentes formas de produção:

-Produção artesanal local – A produção artesanal encontra-se no seu auge. Em Espanha, o número de artesãos que se inscrevem no registo e as feiras que vão crescendo anos atrás de anos. Tratam-se assim de brinquedos, geralmente feitos de madeira.

-Produção artesanal global, os brinquedos de Comércio justo – Estes produtos provêem de diferentes países pobres e são fabricados em condições laborais e sociais dignas e justas, de acordo com os princípios do Comércio Justo.

-Produção industrial local – Embora resulte mais a nível económico subcontratar a produção a países do Sul, alguns fabricantes Espanhóis mantêm a sua produção aqui; nestes casos como não se pode competir é necessário inovação e qualidade. Uma parte importante desta produção é exportada para outros países Europeus.

-Produção global industrial – São as empresas multinacionais. Distribuidoras de um grande número de brinquedos maioritariamente fabricados em países do Sudoeste Asiático e na América Central, onde os custos laborais são baixos. Em muitos casos, as condições de trabalho das pessoas que fabricam os brinquedos são tão precárias, que recentemente foram feitas inúmeras denúncias e atitudes de rejeição.

Os brinquedos e a publicidade


O bombardeamento publicitário e os seus efeitos

O bombardeamento publicitário que liga o mundo infantil e familiar através dos meios de comunicação de massas, provoca nas crianças uma manipulação que em muitos casos, o desejo de se ter aquilo que se anuncia, por vezes não corresponde às necessidades que de facto a criança pode ter.

Assim, os brinquedos que só servem para observar, brinquedos de funcionamento complicado, brinquedos delicados que restringem a acção, brinquedos não adequados à sua idade, brinquedos que alimentam e exercitam valores não desejados são requeridos pelas crianças e comprados pelos adultos.

O excesso de brinquedos provoca a indiferença da criança. É exagerada a obtenção de brinquedos em grande quantidade como ocorre em festas de aniversário, e no Natal. Por isso, convêm espaçar a oferta de brinquedos durante o ano todo.

Tão pouco é conveniente comprar todos os brinquedos que as crianças pedem sem selecciona-los, é necessário que os pais e professores se informem e vão juntos ver os jogos, e que os vai fazer ver que existem muitos outros que muitas vezes não aparecem nas televisões ou revistas, e que são muito úteis. Dar-se-ão também conta de que a publicidade pode ser enganosa.

Atitudes frente à publicidade

As mensagens publicitárias nem sempre oferecem a educação de valores. A acção educativa dos pais e professores tem que ser decisiva no sentido de que: os anúncios devem ser discutidos com as crianças para educá-los como consumidores, a serem críticos e reflexivos diante de uma sociedade consumista que não vacila na hora de vender e optimizar os seus benefícios.

Existem alguns limites sobre os usos de publicidade que afectam directamente os anúncios de brinquedos: publicidade enganosa e a publicidade subliminal.

Nós adultos temos mais recursos que as crianças relativamente à publicidade enganosa, e por isso, é importante analisá-la conjuntamente.

Os professores devem ajudar as crianças e os pais das mesmas a evidencias os truques das imagens, os efeitos especiais, falta de realismo nas situações, nas animações de objectos, o exagero dos tamanhos, os elementos inexistentes nos brinquedos, texto eu apenas se podem ler, o sexismo existente, na transmissão de valores inadequados, comportamentos sociais poço educativos, entre muitos outros, para que estas não sejam vítimas da publicidade evitando hábitos de consumo inadequados.

Legislação que regula a publicidade e a protecção de menores

No âmbito Europeu e Estatal, existe uma série de normas que protegem o menor do impacto publicitário. As leis que se regem por esta normativa são as Leis 25/1994 de 12 de Julho e a Lei 22/1999 de Junho que modifica a anterior.



Joana Coelho

Os brinquedos e a sua comercialização



Só podem ser comercializados na Europa, brinquedos ditos “seguros”, que cumpram as normas /exigências de segurança estabelecidas na legislação. Esses brinquedos devem ser identificados pelas siglas da marca “CE.

O fabrico de brinquedos seguros e conformes às normas de segurança que se lhes aplicam exige um estrito controlo de todo o processo produtivo, tanto na fase de desenho do brinquedo, como na de fabrico.

O fabricante deverá dispor de toda a documentação que acredite e garanta a conformidade da produção com as normas técnicas harmonizadas ou com o modelo aprovado por um organismo acreditado, na qual deverá constar, entre outras, um protocolo de exame, uma ficha técnica do mesmo e informação detalhada relativa ao desenho e fabrico dos brinquedos, bem como a direcção dos locais de fabrico e armazenamento.

Na fase de desenho do brinquedo devem ter-se em conta todos os aspectos relacionados com a segurança do brinquedo, e não apenas aqueles requisitos mínimos de segurança contemplados na legislação. O controlo na fase do fabrico é obrigatório para poder detectar possíveis falhas mecânicas. Nestes casos só serão defeituosos ou inseguros aqueles brinquedos que não se adeqúem com o modelo desenhado, nem com os exemplares da mesma série que não tenham tolerado descuido ou falha durante o processo de fabrico. A comercialização destes brinquedos defeituosos é da responsabilidade do fabricante, pois ele tem obrigação de garantir os brinquedos por ele fabricados e comercializados. Os brinquedos devem ser submetidos a toda uma série de provas de laboratório para determinar que cumpram os requisitos mínimos de segurança estabelecidos pela legislação, mas também que garantem que não são um perigo para as crianças, por isso tem testes a nível físicos e mecânicos, de Inflamabilidade, de propriedades químicas, de propriedades eléctricas, de higiene e de radioactividade.

Existem também outras siglas, tal como “CE” que garantem supostamente, que o brinquedo é conforme às disposições legais que lhe são aplicáveis.


O símbolo “CE”:

Este símbolo corresponde as expressões “comunidade europeia” e “conformidade europeia”. Todos os produtos fabricados dentro da União Europeia (U.E) devem ter essa marca que certifica a adequação as normas europeias. São atribuídas a um produto de duas formas: um organismo independente, ou pelo próprio fabricante (o fabricante julga por si próprio que os seus produtos cumprem as normas europeias). Esta legislação no entanto é ineficaz, ou com falhas pois: As normas não são suficientemente abrangentes (brinquedos chineses); o produtor é quem julga do seu próprio produto, o que não é propriamente algo de muito justo, pois ele nunca se irá prejudicar e ele próprio; não existe fiscalização que assegure que a marca “CE” só é colocada em produtos que sejam conformes as directivas.

Por todas estas razões, podemos dizer que a marca “CE” não é sinónimo de qualidade.

Conselhos para quem comprar brinquedos, ou para os pais:

- Os brinquedos devem ser escolhidos de acordo com a idade da criança a que se destinam.

- Antes de comprar, ler com atenção todos os avisos e instruções do brinquedo, nomeadamente, se é resistente ao fogo, se é lavável, etc. Se não existirem ou não estiverem em português, poderá sempre optar por outro brinquedo.

-Ainda na loja, pedir para abrir a embalagem e ver o brinquedo.

- Verificar se tem arestas cortantes, pontas ou bordos que possam magoar.

- Se o brinquedo for para uma criança até três anos, verificar se existem peças pequenas que possam ser facilmente destacáveis (por exemplo, olhos ou narizes de bonecos).

- Se o boneco tiver costuras, certificar-se de que a criança não terá acesso fácil ao enchimento.

- A criança poderá levá-los à boca ou enfiá-los no nariz, correndo o risco de asfixiar.

- Evitar também brinquedos com fios e cordões compridos, em especial quando se destinam a crianças mais novas, pois se forem enrolados à volta do pescoço podem causar estrangulamento.

- Para uma boa utilização dos patins, dos skates, das trotinetas ou das bicicletas, não se esquecer de comprar também o capacete, as cotoveleiras e as joelheiras.

- Antes de dar os brinquedos às crianças tira-lo das embalagens de cartão ou de plástico que os acondicionam, pois aquelas podem ingeri-las ou enfiá-las na cabeça.

- Fazer uma revisão periódica aos brinquedos e deitar fora os danificados ou potencialmente perigosos. Além disso, convém guardar os brinquedos dos mais velhos (por exemplo, dardos) fora do alcance dos irmãos mais pequeninos.

- Depois do divertimento, ensinar as crianças a arrumar tudo numa caixa, por exemplo. Os brinquedos abandonados no chão podem provocar quedas.

- Na hora de dormir, não deixar que a criança leve para a cama certos brinquedos que podem causar asfixia, como é o caso de comboios ou outros objectos com fios ou cordas compridas.

Um estudo sobre segurança de brinquedos no mercado português revelou que o símbolo CE não é sinónimo de segurança e recomenda a o Governo que intensifique a fiscalização.

Brinquedos da «lojas dos 300» ou «lojas chinesas»

http://www.natal.iol.pt/noticia.php?id=878700&div_id=3918

artigo tirado deste site

Num trabalho desenvolvido pela Associação para a Promoção da Segurança Infantil e pelo Centro Nacional de Embalagem, foi testada a segurança de 13 brinquedos destinados a crianças com idade inferior a 36 meses.

O estudo, que não pretende ser representativo da realidade portuguesa, foi feito com o objectivo de ilustrar alguns dos riscos encontrados actualmente nos brinquedos existentes no mercado português, tendo sido escolhidos brinquedos acessíveis em grandes superfícies e «lojas dos 300».

Em doze dos 13 brinquedos analisados está assinalada a marcação CE (Comunidade Europeia), o que representa uma garantia do fabricante de que está de acordo com as normas em vigor na União Europeia. Todos os produtos comercializados no espaço europeu que não tenham esta marcação são apreendidos.

Segundo o estudo, a marca CE não é sinónimo de segurança, pois conclui-se que dos 12 brinquedos com marcação CE, apenas cinco se encontravam em conformidade com as normas de referência.

Apesar do estudo não ser elaborado com uma amostragem representativa, os brinquedos existentes em lojas de grandes superfícies parecem ser mais seguros.

Os brinquedos das «lojas dos 300», adianta o documento, parecem ter uma maior probabilidade de apresentar riscos sérios para a saúde e segurança das crianças.

Por outro lado, os avisos de idade indicados pelos fabricantes nem sempre correspondem à utilização sugerida pelo brinquedo e o símbolo gráfico de aviso de idade «não recomendado para menores de 36 meses» é por vezes utilizado inadequadamente em brinquedos destinados claramente a bebés pequenos.

Relativamente à norma EN 71-1 (propriedades físicas e mecânicas dos brinquedos), o estudo revela que cinco brinquedos - adquiridos em lojas de grandes superfícies -, estavam em conformidade com a norma e não foram detectadas quaisquer irregularidades, pelo que foram considerados seguros.

Outros cinco brinquedos apenas apresentavam irregularidades na rotulagem nomeadamente no que se refere aos avisos de idade que não correspondiam à utilização sugerida pelo brinquedo.

Os restantes três brinquedos analisados (adquiridos em lojas dos «300») apresentavam sérios riscos para as crianças: dois deles possuíam marcação CE.

O estudo analisou ainda a conformidade dos brinquedos à norma EN 71-2 r eferente à inflamabilidade.

Os brinquedos submetidos ao ensaio de inflamabilidade não apresentam riscos inaceitáveis, a velocidade de propagação da chama encontrada no curso dos ensaios era aceitável à luz da norma.

O grupo que realizou este trabalho aconselha o Governo a efectuar mais fiscalização, principalmente nas «lojas dos 300».

Os brinquedos são para todas as crianças, incluindo as crianças portadoras de deficiência:


Compreender

Características do brinquedo

Deficiência mental

Uma criança que sofra deste tio de deficiência deve ser estimulado de maneira voluntária, isso é, dar-lhe vontade de interagir com o seu meio ambiente. A empresa americana “Enabling Device” especializou-se no fabrico de brinquedos com estimulação sensorial.

- Ser de manipulação fácil.

- Ser jogos com regras que se possam adequar ao nível de cada criança.

- Ser brinquedos com os quais a criança possa aprender de maneira espontânea (aprender sem se aperceber que esta a aprender).

- Ter fins práticos para permitir a autonomia dia após dia (por exemplo ajuda nas refeições, no banho etc.)

Deficiência motora

O corpo da criança impo-lhe limites de modo a que se deva encontrar estratégias para contornas essa sua incapacidade motora dos membros fragilizados. O computador é uma das soluções para favorecer a aprendizagem académicas, também como para facilitar o quotidiano das pessoas.

- Computador especifico para as limitações da criança;

-software educativos para ele aprender;

-Soluções praticas para o dia a dia;

-Roupas especialmente concebidas para poderem ser usadas em cadeiras de roda.

Poli deficiência

A criança encontra-se afectada por mais do que uma deficiência.

- Estimular os sentidos da criança de forma simples e directa;

- Brinquedos que permitem à criança de interagir com o mundo que a rodeia.

Autista

O autismo é uma doença psiquiátrica rara e grave da infância – Síndrome de Kanner – autismo infantil – caracterizado por um desenvolvimento intelectual desequilibrado, afectando também a capacidade de socialização.

- Brinquedos tacteies;

- Jogos ou brinquedos com os quais eles possam familiarizar-se com as regras sociais;

Deficiência visual

Pode ser completamente cego, ou ver com muita dificuldade.

-brinquedos tacteies;

-jogos de sociedade permitindo a integração da criança, livros tacteies ou em Braille;

Deficiência auditiva


-brinquedos que possam estimular os sentidos auditivos, tacteies olfactivos para desenvolver a percepção do mundo;

-brinquedos que desenvolvem a fala, a vontade em comunicar;

-brinquedos que estimulam a linguagem gestual.


Sofia Fernandes