quinta-feira, fevereiro 07, 2008

O jogo competitivo e o jogo cooperativo


O Jogo Competitivo e o Jogo Cooperativo

O jogo competitivo e o jogo cooperativo diferenciam-se pela relação social que se estabelece entre os participantes.


O Jogo Competitivo
A essência de competir não é externa ao jogo, pelo que a competição é um estímulo e motivação inerentes a muitos jogos.

O Animador assume uma realidade educativa face ao jogo, fazendo entender o que perder ou ganhar não interessa, há que saber desfrutar do jogo, sem que exista batotice.

Se se optar por jogar jogos competitivos à que propor diferentes tipos de jogos que requerem habilidades distintas para as superar, como jogos intelectuais, jogos que requerem reflexos rápidos, jogos de estratégia, entre outros.

Um dos problemas deste tipo de jogos é que quando se colocam os indivíduos em situação de rivalidade, se eles sentirem que a sua aceitação depende de vencer ou perder, provocam altos níveis de angústia e agressividade.

Como educadores, no jogo competitivo se deveria evitar:
-a competição sistemática como única motivação
-propor repetidamente o mesmo tipo de jogos
-a discriminação do sexo, do físico…
-a valorização excessiva dos vencedores e dos perdedores
-premiar os vencedores
-a eliminação

Existem alguns recursos que podem substituir os prémios para os vencedores:
-pode-se dar como prémio uma recordação de participação a todos os participantes pelo modo como jogaram, pelo seu interesse e colaboração (como diplomas, medalhas, t-shirts …);
-prémios-recordação para todos as equipas ou jogadores salientando as qualidades da equipa ou da pessoa: pelo seu esforço, simpatia, colaboração…
-os vencedores receberem um prémio que tenham de partilhar com todos os participantes (como guloseimas, bolos…).

Por outro lado, também existem alguns recursos que se podem usar para evitar a eliminação no jogo competitivo. Especialmente tem-se que evitar a eliminação naqueles jogos em que tradicionalmente o que falha é o menos hábil, e o que pode sair (ou ser expulso), esta situação pode provocar passividade, aborrecimento, inibi
ção, sentimento de fracasso, baixa auto-estima, exclusão do grupo…

Para evitar situações deste tipo, pode-se:
-dar vidas suficientes para que durante o jogo, nenhum participante as perca todas;
-incluir no desenvolvimento do jogo alguma actividade paralela que tenham de levar a cabo os participantes eliminados durante o tempo em que estão fora do jogo;
-criar grupos paralelos de modo a que quando um falha se troca com um componente do outro grupo;
-poder salvar de algum modo os eliminados.



O Jogo Cooperativo

Denomina-se assim o jogo em que todo o grupo colabora combinando as diferentes habilidades dos indivíduos para conseguir um objectivo comum, todos ganham ou todos perdem se não se consegue alcançar o objectivo proposto.

Os jogos genuinamente cooperativos são muitos raros no mundo ocidental, onde a sociedade é muito competitiva e individualista, sendo o jogo o
reflexo da própria cultura.

Como educadores, deve-se potenciar este tipo de jogo, já que:
-se joga por prazer de jogar e não só para se conseguir a vitória;
-se elimina a pressão de vencer, de modo a que se jogue mais relaxadamente;
-se favorece a participação de todos, tanto dos melhores como dos mais fracos, fazendo com que desaparece o medo do fracasso e o medo de criar baixa autoestima;
-os participante se verão como companheiros de jogo, com relações de igualdade e não como rivais;
-os participantes tentarão se superar a si mesmo e não superar os outros;
-o jogo se viverá como uma actividade conjunta e não individualizada, potenciando a solidariedade;

-todos terão o seu papel e a sua tarefa, assim todos serão protagonistas.

Os jogos transmitem e potenciam um código de valores através do qual se estrutura um determinado tipo de pessoa, as relações entre os jogadores e uma forma de entender a diversão. Por outro lado, é importante difundir jogos que vão de encontro aos valores de igualdade, de participação, de empatia e de cooperação.

X. Jares, relaciona os valores e destrezas educativos que se estimulam ao jogar os jogos cooperativos:
-a cooperação (onde o grupo resolve situações através da reciprocidade, aprendendo a partilhar e socializar);

-a empatia (é a capacidade se colocar na situação do outro, para compreender o seu ponto de vista, as suas preocupações…);
-a comunicação ( baseada no desenvolvimento da própria capacidade para expressar o estado de animo, as sensações, as emoções…);
-a participação de todos os membros ( gerar um clima de confiança e de mutua implicação necessários para uma autentica comunicação humana);
-a construção de uma realidade social positiva ( mudar atitudes dos participantes para o jogo e para si e incentivando a criação de um clima de apreciação
recíproca);

-a apreciação positiva e auto-imagem (permitindo desenvolver uma imagem positiva de si e dos outros);
- a alegria ( que se manifesta ao desaparecer a rejeição e o fracasso).



O Jogo como elemento Educativo e de Integração

O jogo como ferramenta educativa

Diz-se que o jogo é um meio de aprendizagem. De facto, desde à antiguidade e de modo inconsciente, que o jogo tem servido para preparar os mais pequenos para actividades futuras. A partir de então, o jogo afigura-se como um método de aprendizagem, sendo uma óptima ferramenta de educação não-formal.

Algumas das aprendizagens que se incorporam no jogo, são as seguintes:

Âmbito psicomotor – englobando todas as actividades que fazem referencia à aquisição da habilidades motoras, tais como:
- desinibição corporal, resistência, equilíbrio, agilidade, flexibilidade, expressão corporal…

Âmbito cognitivo – refere-se a todas aquelas aprendizagens que se referem aos conceitos e conhecimentos, como:
-cálculo de estratégias, criatividade, expressão,observação, centrar a atenção, aprendizagem de técnicas, concentração, compreensão de situações…

Âmbito socioafectivo – inclui aquelas aprendiz
agens que fazem referencia à relação, atitudes e comportamentos sociais entre o individuo e os outros, entre os quais:
-afirmação da personalidade, confiança nas decisões, comunicação com o grupo, cooperação, autoestima, empatia, motivação, participação, coesão, integração com o grupo.



O Jogo como ferramenta de avaliação

O jogo permite a observação do desenvolvimento da criança, o que pode levar a alguns tipos de comportamento, dos quais se podem observar:
-desenvolvimento motor: reflexos, equilíbrio, resistência, agilidade, rapidez, etc.
-atitudes pessoais: tranquilidade, nervosismo, segurança, alegria, agressividade.
-atitudes sociais: aceitação de normas, colaboração.
-desenvolvimento afectivo: de que madeira interioriza e exterioriza a criança nas relações com os outros.


Jogo e deficiência


As crianças que sofrem de deficiência têm a oportunidade, como todos os outros, de descobrir no jogo novas formas de divertimento, desenvolvendo a sua sociabilidade e a sua capacidade de relação.

O jogo participado por crianças com e sem deficiências proporcionam uma situação espontânea de relação entre uns e outros, oferece a possibilidade de viver a diversidade, de compreende-la e de respeita-la.

O animador tem que mostrar uma atitude positiva perante uma criança com deficiência e planear as actividades tendo em conta as necessidades, capacidades e possibilidades deles, há que estimular a sua criatividade, curiosidade e acção favorecendo a sua participação, evitando atitudes de super protecção que não favorecem o desenvolvimento da sua autonomia pessoal.


A realização dos Jogos

A planificação dos Jogos

Quando o jogo esta programado com qualquer intenção, deve estar cuidadosamente planificado, à que levar a cabo as seguintes acções:

Escolher cuidadosamente o jogo segundo a sua finalidade e os objectivos que se pretendem, a idade dos participantes, os recursos espaciais, materiais e temporais que estão disponíveis, o contexto sociocultural onde se desenvolve, o momento em que se deve levar a cabo e a experiência dos participantes.

Organização dos recursos sejam espaciais, temporais ou humanos.

A atmosfera e/ou motivação, é necessário criar um clima adequado e um atmosfera especial com elemento motivadores que incitem ao jogo, para que os participantes se animem a participar e se sintam implicados.

Apresentação adequada, o animador deve explicar o que consiste o jogo e as suas regas de forma clara, ordenada e compreensiva, assegurando-se que todos o ouvem e entendem.

Comprovação da assimilação da dinâmica do jogo, deve-se exemplificar como funciona o jogo.

Execução, o animador nunca é o protagonista, tem de conduzir o jogo de modo adequado, estar atento a possíveis conflitos, estando atento ao ritmo e à duração do jogo.

Final do jogo, tem que tornar claro quando e como termina o jogo, pois é necessário que o jogo termine antes dos participantes se cansarem.

A avaliação, o animador durante o jogo deve observar o seu desenvolvimento. A fim de o final do jogo se falar sobre o mesmo, se os objectivos foram cumpridos como se esperava, e os participantes podem falar sobre a sua vivência pessoal.

A organização dos Jogos

Uma boa planificação dos jogos requer uma boa organização, quer em termos de selecção como de programação, para isso é necessário a ficha do jogo e o ficheiro do jogo.

A ficha do Jogo

É um instrumento que permite sintetizar toda a informação de modo estruturado e sistematizado sobre um jogo. Cada ficha pode conter os seguintes aspectos:

-Titulo ( o nome pelo qual conhecemos o jogo)
-Número de participantes ( nº ideal para o jogo funcionar bem)
-A idade (indicar a faixa etária que é mais adequado para o jogo)
-Tipo de jogo (finalidades e caracteristicas)
-Espaço necessário (especificar o local onde se pode jogar)
-Duração (curta, média, longa)
-Material necessário (detalhar todos os objectos necessários para o jogo)
-Objectivos (especificar os principais objectivos educativos do jogo, tanto do âmbito psicomotor, como socioeducativo como cognitivo)
-Desenvolvimento do jogo (explicação de como se joga, se há grupos, como se inicia o jogo, em que consiste, as suas regras, qual a missão, como termina…)
-Papel do animador ( podem-se dar recomendações sobre a função do animador, se pode participar no jogo, se tem de fazer de arbitro, se deve controlar, animar, explicar…)
-Animação (anotar os aspectos que formam parte da motivação, da fantasia, do contexto, ou seja, todas aquelas expectativas que fazem o jogo se viver mais intensamente e o participante com a situação ou as personagens.
-Observações (colocar os pequenos conselhos adquiridos com a experiência que podem ajudar a que o jogo se desenvolva muito melhor. Também se podem colocar as variantes do jogo, as adaptações ou as possibilidades de adaptações a participantes deficientes.


O ficheiro dos Jogos

Todo o conjunto de fichas se agrupa e organiza num ficheiro de jogos. Existem inúmeros livros com estas características, mas ter um ficheiro próprio tem mais vantagens. Permitindo seleccionar ou elaborar as fichas dos jogos que se consideram mais adequados em função do território, da população e do contexto, em função das necessidades reais do lugar onde se realiza a intervenção. Por outro lado, um ficheiro próprio permite um manuseamento: é possível anotar observações, classificar de diferentes formas, trocar fichas…


Ana Sofia Neves

8 Comments:

At 26 junho, 2008 17:34, Anonymous Anônimo said...

muito bom!!!!!!1

 
At 15 setembro, 2008 21:49, Anonymous Anônimo said...

ótimo!!!

 
At 18 novembro, 2008 20:30, Anonymous Anônimo said...

valeu ...

me ajudou muitoo.. bjim ;*

 
At 19 fevereiro, 2009 18:07, Anonymous Anônimo said...

otimo! me ajudou muito a fazer um trabalho de escola
obrigado

 
At 06 abril, 2009 21:28, Anonymous Anônimo said...

sóm falta o semi-cooperativo

 
At 08 abril, 2009 13:29, Anonymous Anônimo said...

Noosaaa muuito bom,,,eu estava pesquisando nesse site quando minhna profa disse que pesquisa aqui para propor atividades em sua planilha ! parabeins

 
At 17 abril, 2009 04:41, Anonymous Anônimo said...

gostei muito m ajodou bastante + podia ter exemplos dos jogos quais são mas ta bom amei!!!!!!!!!!!

 
At 22 agosto, 2011 11:41, Anonymous marcos gabriel said...

gostei muito

 

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